- Chama-se Baixada Maranhense a região a oeste e sudeste da ilha de Upaon-Açu (São Luís), formada por grandes planícies baixas que alagam na estação das chuvas, criando enormes lagoas entre os meses de janeiro e junho.
Foi designada como Sítio Ramsar em 2000. Representa o maior conjunto de bacias lacustres do NordesteA Baixada Maranhense se localiza na região do entorno do Golfão Maranhense, e é formada por um relevo plano a suavemente ondulado com extensas áreas rebaixadas que são alagadas durante o período chuvoso, originando extensos lagos interligados, associados aos baixos cursos dos rios Mearim, Grajaú, Pindaré e Pericumã. É um ambiente rebaixado, com formação sedimentar recente, com alguns relevos residuais, originando outeiros e superfícies tabulares cujas bordas decaem em colinas de variadas declividades. [2]
A convergência dos cursos dos rios Mearim, Pindaré e Grajaú, associada aos movimentos transgressivos e regressivos do mar, modelou o ambiente deposicional que é preenchido pelo excedente de águas dos rios no período chuvoso, dando origem a extensas superfícies de lagos que influenciam a vida das comunidades residentes na região.
Búfalos no rio Pericumã
A Baixada Maranhense é marcada pelo destaque dos lagos: Açu, Cajari, Bacuri, Formoso e Viana. Os lagos transbordam na época das chuvas, interligando-se por um sistema de canais divagantes que servem como vias de comunicação entre as cidades e os povoados, substituindo parcialmente as estradas. Durante o período seco, o cenário se modifica em grandes extensões de campos ressequidos. [2]
Ilha flutuante no povoado de Sororoca, São Bento, Maranhão, Brasil
Essa região se estende por mais de vinte mil quilômetros quadrados e abrange cerca de vinte municípios, dentre os quais São Bento, Viana, Cajari, Matinha, Olinda Nova do Maranhão, Pinheiro, São Vicente Ferrer, São João Batista, Arari, Anajatuba, Pedro do Rosário, Peri Mirim, Palmeirândia entre outros, a Ilha do Caranguejo, na Baía de São Marcos, o Campo de Perizes, ainda na Ilha de São Luís e outras regiões.O descobrimento da região teria sido no final do século XVIII, e sua colonização começou no início do século XIX por João Alves Pinheiro, que depois de ter partido de Alcântara, sede da capitania de Cumã, fixou residência, e ao redor desse local, foi fundada a vila de São Bento de Bacurituba, em 1833, depois tendo sido fundada a cidade de São Bento e outros municípios.
As principais atividades econômicas apoiam-se nos recursos pesqueiros abundantes nos lagos e rios da região e na pecuária extensiva. Neste setor, a maior concentração de gado é empregada na bubalinocultura, em razão de os búfalos serem os animais mais bem adaptados às condições da região. [2]
A economia da Baixada Maranhense é também é marcada pela subsistência e do extrativismo vegetal (babaçu) . A maior parte da água consumida nas cidades da Baixada Maranhense é proveniente dos campos alagados ou de rios como: Pericumã, Mearim, Pindaré.
No século XIX, a Baixada Maranhense era um grande polo produtor de algodão, exportado para a França, Inglaterra e Holanda, produto que depois da independência do Brasil, deixou de ser plantado em grande escala, contribuindo para a decadência do Maranhão.
A paisagem da baixada maranhense possui alto de grau de vulnerabilidade, por sua condições naturais e atividades econômicas, necessitando da atenção dos órgãos ambientais do Estado.[2]
Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, criada pelo Decreto estadual n° 11.900, de 11/06/1991, sendo importante para a preservação do peixe-boi (Trichechus manatus’), no Baixo Mearim, espécie ameaçada de extinção, da jaçanã (Jacana jacana), da japiaçoca (Porphyrula martinica) e como refúgio às aves migratórias.
MUNICÍPOS
Anajatuba
Arari
Bela Vista do Maranhão
Cajari
Conceição do Lago-Açu
Igarapé do Meio
Matinha
Monção
Olinda Nova do Maranhão
Palmeirândia
Pedro do Rosário
Penalva
Peri Mirim
Pinheiro
Presidente Sarney
Santa Helena
São Bento
São João Batista
São Vicente Ferrer
Viana
Vitória do Mearim