SUCESSÃO PASTORAL

Sucessão Pastoral
1) Diretrizes para a Comissão de Sucessão 1
2) Sugestão de Questionário para Sucessão Pastoral 7
3) Exija filiação do pastor à OPBB 8
1) Diretrizes para a Comissão de Sucessão
Com o crescimento do número de igrejas e de seminários, a tarefa de
conseguir pastor para uma igreja torna-se cada vez mais complexa,
principalmente nos grandes centros do País. Por um lado, tem havido
um troca-troca de pastores muito grande, em razão, talvez de questões
de sustento. Por outro lado, a busca de igrejas por parte de pastores,
tornou-se quase uma questão de emprego, em que, em alguns casos, os
pastores chegam a se oferecer para conseguir o pastorado de
determinada igreja.
Em conseqüência disso, igrejas escolhem mal seus pastores e alguns
pastores são mal sucedidos em seus ministérios, acarretando, prejuízos
para a Causa de Deus.
Aqui apresentamos algumas diretrizes que podem ajudar as igrejas a
fazer um processo de sucessão pastoral bem sucedido.
I. COMISSÃO DE SUCESSÃO PASTORAL
Ao ficar vago o pastorado de uma igreja, esta deve começar
imediatamente uma mobilização total para oração. E ao mesmo tempo,
eleger uma comissão de sucessão pastoral. O ideal é que, se for do
interesse da igreja, o obreiro que está saindo oriente na formação da
comissão e definição de suas atribuições. Uma alternativa que tem
funcionado satisfatoriamente é o convite a um pastor interino que pode
ser sugerido pela Ordem dos Pastores ou pela liderança da Convenção,
para orientar a igreja durante a transição e auxiliar no processo de
escolha de novo obreiro.
1. Fundamentação.
Por que uma comissão? Não poderia Deus agir diretamente, através da
oração e trazer um pastor para a igreja?
Poderia, mas não tem sido assim a maneira de Deus trabalhar na
escolha de Seus servos. Quando Deus precisou de ungir a Davi para ser
o Rei de Israel, Ele mandou Samuel para a casa de Jessé. Foram postos
diante de Samuel todos os filhos de Jessé. Deus foi dizendo a Samuel:
não é este. (I Samuel 16:1-13)
Para escolher o sucessor de Judas, no grupo apostólico, Deus usou o

sistema de sorteio dentre aqueles que, inicialmente, possuíam a
qualificação fundamental de ter acompanhado a Jesus, convivendo com
os demais apóstolos, durante Seu ministério terreno. Foram separados
dois, e a sorte foi lançada entre eles . (Atos 1:21-26)
Aprendemos que Deus trabalha por caminhos “humanos”, para escolher
Seus servos “humanos”. Aqui quer dizer: entre os crentes. Não
poderíamos pensar em usar métodos meramente profissionais, como já
se faz em outras culturas.##QUEBRA_DE_PAGINA##
2. Representatividade da Comissão.
Para melhor atender os desejos e aspirações da totalidade da igreja, a
comissão, tanto quanto possível, deve ser composta de, pelo menos, um
elemento de cada uma das principais organizações da igreja: EBD,
Juventude, Senhoras, Homens, Diáconos, etc. incluindo pessoas de
faixas etárias diferentes e ambos os sexos. Mas deve-se ter o cuidado
de não formar uma comissão grande demais, para não dificultar as
reuniões.
3. Estrutura da Comissão
A comissão deve ser liderada por um relator, um vice-relator, e dois
secretários. Deve-se fazer um resumo das reuniões anotando os fatos
principais e, não necessariamente, uma ata.
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II. PROCEDIMENTO PARLAMENTAR
Uma vez que elegeu a comissão, a igreja transferiu para ela a tarefa de
apresentar os candidatos em assembléia. Assim, todos os nomes de
candidatos terão que passar pela comissão. O processo democrático não
significa, por exemplo, um membro da igreja levantar-se no dia da
assembléia em que se esta apreciando o nome do candidato
apresentado pela comissão e propor outro nome, estranho à comissão.
Neste caso, a proposta será declarada fora de ordem pelo presidente da
mesa, já que os candidatos teriam que ser trazidos via comissão.
III. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
A Comissão deve estabelecer, na primeira reunião, seus critérios de
trabalho. Isto é, ela deverá determinar qual o caminho que usará para
selecionar os candidatos. Isto, especialmente, em caso de igrejas de
grandes cidades, em que há muitos pastores esperando um pastorado.

É necessário, no processo de escolha de um novo pastor evitar as
comparações com o líder anterior.
1. A Comissão deve, preliminarmente, antes de considerar nomes,
estabelecer o perfil do obreiro que a igreja precisa a partir das
características e necessidades do rebanho e também das condições em
que o ministério será exercido: tempo integral, parcial, etc. Uma
pesquisa de opinião dos membros da igreja pode ajudar a comissão a
formular esse perfil.
2. A comissão poderá receber quantos nomes forem indicados, quer por
membros da igreja através de um formulário, quer por outros pastores
do campo, avaliando essas indicações quanto às qualificações pessoais,
familiares, espirituais, educacionais, ministeriais e denominacionais.
3. Todos os nomes deverão vir com os dados pessoais principais: nome
completo, data de nascimento, seminário onde se formou, data da
formatura, data da ordenação, quantas igrejas e onde pastoreou,
quanto tempo pastoreou cada igreja. Se é casado, se já foi divorciado,
deve-se ter o nome da esposa e dos filhos. Estes dados são
fundamentais para a comissão começar a trabalhar.
4. Num exame inicial, a comissão poderá eliminar um primeiro grupo de
candidatos que, de pronto, não preencherão o perfil estabelecido.
5. Embora reconhecendo que não achará perfeição, os candidatos
deverão ser examinados dentro dos seguintes itens:
a) Vida espiritual: Relacionamento com Deus, Maturidade, Equilíbrio.
b) Posição doutrinária. Se é batista por convicção ou se tem
demonstrado tendência para doutrinas carismáticas e outras, se é
integrado na denominação, sua posição sobre a cooperação
denominacional.
c) Administração eclesiástica. Se tem demonstrado boa capacidade para
administrar uma igreja. Um dos itens mais constantes hoje em
problemas nas igrejas é a falta de habilidades do pastor na área
administrativa.
d) Vida moral. Se já teve algum problema desta ordem (o que tem se
tornado bem comum em nossos dias, principalmente em grandes
cidades).
e) Vida familiar. Se vive bem com a esposa e filhos; se tem família
exemplar.
f) Questões Éticas. Sua postura sobre assuntos polêmicos atuais.
g) Experiência: Como tem sido seus ministérios anteriores.

6. Estas informações poderão ser conseguidas da seguinte maneira:
a) Na ordem dos Pastores do Estado;
b) Na Convenção Estadual ou na Associação de Igrejas;
c) No Seminário onde estudou; M – 2
d) Nas igrejas por onde passou. Aqui é preciso cuidado para não ferir a
ética e atentar contra a privacidade e integridade do pastor.
e) Em certos casos, sendo possível, um ou dois componentes da
comissão poderão ir à igreja onde o candidato está atuando e ouvi-lo,
sem que ele seja avisado previamente. Isto, se ele não for bem
conhecido de todos da comissão. Caso seja bem conhecido, esta
providência pode ser dispensada.
7. A esta altura, será bom consultar os “candidatos” mais prováveis, (3
ou 5) se eles aceitam considerar um possível convite. Não é prático
trabalhar sobre o nome de uma pessoa que não teria interesse naquele
pastorado. Isso será tempo perdido.
8. É fundamental que os membros da comissão guardem confidência
sobre o que é falado nas reuniões. Só o relator deve falar em nome da
comissão.
IV. A ESCOLHA DO CANDIDATO PELA COMISSÃO
1. Diante do levantamento feito, a comissão fará uma votação dos mais
prováveis, elaborando uma lista por ordem de preferência: 1º, 2º, 3º…
2. A votação da comissão não precisa ser unânime, mas deve haver um
espírito aberto para aceitar a votação da maioria.
3. Escolhidos os mais prováveis, a comissão precisa começar a
compartilhar com a Igreja sobre o primeiro nome da lista. O relator
poderá falar sobre o assunto numa reunião normal da igreja, a título de
informação, sem entrar em detalhes, e pedir orações. Normalmente o
povo começará a se manifestar pessoalmente aos membros da
comissão.
4. Num próximo passo, se julgar conveniente, a comissão poderá ter um
encontro informal com o candidato cujo nome será apresentado à
assembléia, para ouvir seus ideais, sua experiência pastoral e seu jeito
de trabalhar. Isso ajudará a comissão a “sentir” o candidato.
5. É muito importante que a comissão leve apenas um candidato de
cada vez. Se levar dois, já terá uma divisão no plenário. O candidato

vencedor, ao assumir o pastorado, terá adversários, inevitavelmente.
Sendo um de cada vez, a comissão evitará essa dificuldade.
6. Antes de ter seu nome levado a plenário, o candidato deve passar um
fim de semana com a igreja. De preferência, falando à igreja sobre
assuntos doutrinários e devocionais e não como se costuma fazer,
pregar uma série de conferências evangelísticas. Sabe-se que qualquer
pastor deve estar, de alguma maneira, comprometido com a
evangelização, mas ele não é obrigado a ser um conferencista, ela o
convidará de algum outro lugar. A igreja precisa é de pastor, antes de
mais nada. O que ocorre, às vezes, é que a igreja convida um pastor
que é um grande conferencista, mas não é um grande pastor – não sabe
pastorear.
V. A ESCOLHA DO CANDIDATO PELA IGREJA
Depois de acompanhar o trabalho da comissão, e de ouvir o candidato, a
igreja apreciará seu nome em plenário. Se houver interesse, o candidato
poderá ter um encontro informal com a igreja toda, antes da votação
plenária. A comissão deve propor preliminarmente um percentual
mínimo (não menos de 75% dos votos) para a aprovação do candidato,
caso o estatuto da igreja não o estabeleça.
1. A comissão apresentará, em resumo, as qualificações do pastor e o
que foi que a levou a optar por aquele nome.
M – 3
2. O assunto já vem da comissão com força de proposta apoiada,
cabendo ao plenário apenas discutir a proposta e votar.
3. Todos os membros da igreja terão o direito de perguntar e de ser
esclarecidos.
4. É bom relembrar que não haverá oportunidades de o plenário
apresentar outros nomes nessa ocasião. A Igreja já escolheu o critério
via comissão, por isso, qualquer tentativa neste sentido será declarada
fora de ordem.
5. A votação deverá ser feita por escrutínio secreto (cédulas) com o
nome do candidato e opções para sim ou não.
6. Após a votação uma comissão escrutinadora previamente eleita deve
fazer a contagem dos votos. O resultado da votação será divulgado no
primeiro culto após a assembléia

7. Essa votação do candidato deve ser feita dentro das exigências
estatutárias quanto ao quorum e ao prazo de convocação da
assembléia, de cujo texto deve constar: “eleição de pastor”.
8. Se o candidato for efetivamente eleito, a igreja poderá, numa
segunda assembléia registrar o resultado da votação, votar honorários e
demais itens do sustento pastoral. Ou poderá autorizar a comissão de
finanças fazer essa definição.
9. Aprovado o nome do candidato e as condições do sustento ele deverá
ser comunicado através de uma carta-convite, incluindo o compromisso
com os princípios bíblicos aceitos e defendidos pelos batistas, que
assinará no ato de posse.
10. Sendo aceito o convite o próximo passo será marcar, em acordo
com o obreiro, uma outra assembléia, de caráter festivo, para a posse
do pastor. Dessa posse se lavrará uma ata simples, contendo as
qualificações exigidas por lei, para que seja registrada no cartório
competente.
11. Não sendo aprovado pela assembléia o candidato levado pela
comissão, ela retoma o processo com o 2º nome da lista tríplice ou
quíntupla antes elaborada.
VI. PROCEDIMENTO ALTERNATIVO
Reconhecemos que a condição ideal nesse processo seria o pastor ter
como prioridade investir na formação de novos líderes. Assim, tendo os
seus “timóteos”, em comum acordo com a igreja e num ambiente de
harmonia ele orienta a sucessão na liderança, sem sufocos e sem as
dificuldades que tantas vezes o processo, quando mal feito, ocasiona.
Vitória, 08 de março de 2003
Comissão:
Evaldo Carlos dos Santos
Nilo de Oliveira
Luiz Klitzke
Joarês Mendes de Freitas (relator)
Nota: Esse documento utiliza muitas idéias do Pr. Damy Ferreira em
texto que elaborou para a Convenção Batista Carioca ,e também
contribuições do Pr. José Vieira Rocha, Executivo da Convenção Batista

de São Paulo, Pr. James Sheffielde, revista Administração Eclesiástica e
da IB Boas Novas (Rio de Janeiro).
2) Sugestão de Questionário para Sucessão Pastoral
(Preparado pelo pastor José Vieira Rocha)
Do que tenho participado e conhecido na minha experiência em aconselhamento à Comissöes de
Sucessöes Pastorais, selecionei o que vai a seguir, entendendo que sempre haverá algo que se possa
acrescentar ou retirar, visando elucidar todos os pontos possíveis no relacionamento Igreja + Pastor.
Estas são perguntas da Igreja, feitas ao Pastor Candidato, na fase de conhecimento do Obreiro.
Talvez alguém possa produzir as perguntas que um Pastor faria à Igreja.
01 – Casado a quanto tempo?
02 – Primeira ou Segunda núpcia?
03 – Quantos filhos?
04 – Idade?
05 – Fale sobre sua formação Acadêmica
06 – Trabalhou em empresas seculares? Quais foram suas funções?
07 – Trabalhou na denominação Batista? Quais foram suas funções?
08 – Foi professor ou lecionou em alguma instituição? Quanto tempo?
09 – Exerce alguma atividade fora da denominação evangélica batista?
10 – Como consegue conciliar função de Pastor com as obrigações de família e seculares?
11 – O que gosta de fazer como atividades de lazer, entretenimento e bem estar?
12 – Possui convênio médico pessoal e familiar? Quanto tem custado?
13 – Tem familiares evangélicos não participantes dos trabalhos regulares da igreja ?
14 – Qual o seu projeto de trabalho com relação às famílias da Igreja
15 – Relate sua experiência como aceitou a Jesus Cristo em sua vida.
16 – Relate sua chamada ao Ministério da Palavra?
17 – O que mais gostava de fazer na época de seminarista?
18 – Onde e quem foram os pastores que estiveram presentes em seu concílio?
19 – Onde e como foi sua primeira experiência pastoral, após a ordenação?
20 – Por que quer deixar o pastorado da sua atual Igreja?
21 – Quais juntas e agências de evangelismo e missões que mantém contatos constantes ?
22 – Trabalhou com outros ministros na mesma Igreja? Como foi a experiência?
23 – Escreveu algum opúsculo, folheto ou livro na área de evangelismo e missões?
24 – Qual tem sido a aceitação do seu trabalho no setor de evangelismo e missöes?
25 – Atualizou, re-escreveu ou modificou Estatuto ou Regimento de Igreja que freqüentou?
26 – Qual sua opinião sobre o trabalho do Ministro de Música?
27 – Já trabalhou em parceria com algum Ministro de Música?
28 – Possui plano de trabalho elaborado para esta Igreja?
29 – Caso afirmativo, descrever o projeto, metas e fundamentação bíblica.
30 – Quais alvos concretos específicos podem ser medidos e avaliados em seu projeto?
31 – Quanto tempo será suficiente para desenvolver seu plano de trabalho nesta Igreja?
32 – Qual sua consideração sobre o método “Igreja com propósitos?”.
33 – Qual sua consideração sobre o método “Igrejas em células?”.
34 – O que entende ser o termo “Igreja evangélica tradicional”?
35 – Qual sua opinião sobre o atual ensino da Escola Bíblica Dominical?
36 – A Igreja deve investir em literatura ou apenas o estudo da Palavra de Deus?
37 – As organizações internas de treinamento devem prosperar? Ou tem uma outra visão ?
38 – Que textos bíblicos justificam o funcionamento das organizaçöes internas?
39 – Cite rotinas e tarefas indispensáveis para coordenação da área administrativa da Igreja?
40 – Pessoalmente, se considera dizimista e ofertante? Por que?
41 – Quanto tempo dedica as tarefas de ordem financeira e administrativa?
42 – Tem o hábito de elaborar ou revisar as atas de reuniões?
43 – O que costuma fazer com os relatórios produzidos pelos lideres de áreas da igreja ?
44 – Os dízimos devem ficar expostos em quadro próprio? Por que?
45 – Opine sobre contribuições financeiras especiais relativas a eventos específicos
46 – Costuma organizar eventos (bazares, festas, viagens) para arrecadar recursos para a Igreja ?

47 – Qual a forma de recebimento de honorários pastorais que gostaria de ver aplicada ?
48 – Entende ser importante a formação do fundo ministerial?
49 – Qual faixa salarial entende ser apropriada para sua manutenção no Ministério?
50 – imagina o tempo ideal de duração de um Ministério Pastoral fecundo ?
3) Exija filiação do pastor à OPBB
Como uma igreja batista é autônoma, na hipótese de um futuro pastor agir de
modo inadequado e trabalhar com manipulação, a igreja ficará mais
vulnerável se o pastor não for membro da Ordem dos Pastores. Exija que o
futuro pastor seja membro da Ordem dos Pastores e inclua uma cláusula no
estatuto da igreja que leve à perda do pastorado e da presidência da igreja,
automaticamente, se ele for excluído da Ordem. O artigo acima foi extraído do
site da Convenção Batista Capixaba, a quem somos gratos.